segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O conto

A História da Estória

Mil e uma páginas tem sido escritas para se tentar contar a história do conto: afinal, o que é conto? Qual a sua situação enquanto narrativa, ao lado da novela e do romance, seus parentes mais extensos? E mais: até que ponto este caráter de extensão é válido para determinar sua especificidade?
Estas questões instigam outras, mas parece que a estória é mais bem antiga que a necessidade da explicação.
Aliás sob o signo da convivência, a estória sempre reuniu pessoas que contam e que ouvem: em sociedades primitivas, sacerdotes e seus discípulos, para a transmissão dos ritos e mitos da tribo; nos nossos tempos, em volta da mesa, à hora das refeições, pessoas trazem notícias, trocam idéias e contam casos. Ou perto do fogão de lenha, ou simplesmente perto do fogo. Não foi perto "desse foguinho meu" que a personagem de Guimarães Rosa, em "Meu tio Iauaretê" (Estas Estórias), contou sua estória - a do caboclo que acaba vivendo isolado entre onças, e que de matador de onça virou onça, o jaguar-etê, o totem da sua antiga tribo indígena? A personagem, à beira do fogo e movida a cachaça, percorre, pela estória, ao contrário , a história do seu próprio povo, tentando reconquistar, assim, e inutilmente, o seu espaço cultural perdido.

Texto extraído da obra: Teoria do Conto de Nádia Battella Gotlib.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

19 de abril - Dia do Índio



Onde estão os índios brasileiros?
Vivem em áreas espalhadas por todos os Estados, mas a maior parte das terras e da população indígena está mesmo é na Amazônia.

Como é a língua indígena?Você acha que os índios falam outra língua? Não é bem assim!!! Os povos que habitavam o litoral do Brasil usavam principalmente a língua Tupi e muitas palavras da língua portuguesa tem origem no tupi-guarani. Quer conhcer algumas? Veja só: arara, capim, catapora, cipó, cuia, cumbuca, cupim, jabuti, jacaré, jibóia, jururu, mandioca, mingau, minhoca, paçoca, peteca, pindaíba, pipoca, preá, sarará, tamanduá, tapera, taquara, toca, traíra, xará... Muitas, não? E pode ter certeza que há muito mais!

Como vivem os índios?
Quando observamos uma aldeia indígena na televisão ou em revistas podemos perceber que o modo de vida dos índios é bem diferente do nosso, não é mesmo? Pois realmente é, mas com aspectos interessantes que valem a pena conhecer! Os índios vivem de forma muito organizada e harmônica. Cada tribo tem um cacique, que é o chefe e um pajé, que é uma espécie de médico para eles. Os pajés conhecem tudo sobre males do corpo e do espírito e também quais as plantas e ervas que podem ser utilizadas em cada caso. A aldeia onde vivem é chamada de taba e nela existem dois tipos de casas: as simples, onde vivem apenas uma família e são chamadas de ocas e as casas coletivas, que são chamadas de malocas. As casas são construídas com uma mistura de barro e sua estrutura é sustentada por pedaços de madeira. Para fazer os telhados, os índios utilizam palha trançada ou grandes folhas de árvores.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

O personagem - Parte 2

Como já havia dito em postagem anterior, o personagem é o ser que age ou fala.

E poderá classificar-se assim:

a) protagonista- o personagem principal.

podendo ser> herói - tem características superiores as do seu grupo.
> anti-herói- é o protagonista com características inferiores ou iguais as de seu grupo, e que não tem competência para ser herói.

Portanto, na literatura brasileira encontramos com mais frequência os anti-heróis, pois são sempre vítimas de adversidades ou de seus defeitos de caráter, como por exemplo, Leonardo de Memórias de um sargento de mílicias, de Manuel Antônio de Almeida, e Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, como diz o próprio autor Mário de Andrade.
Veja como inicia-se Macunaíma:

"No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do meio da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é a que chamaram de Macunaíma". (20ªed.Belo Horizonte,Itatiaia,1984. pág.13)

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

A tecnologia assistiva

Estive fazendo um trabalho sobre este assunto e o achei muito interessante.

Comunicação Suplementar e Alternativa - CSA é uma área da prática clínica, educacional e de pesquisa para terapeutas que tentam compensar e facilitar, temporária ou permanentemente, os prejuízos e incapacidades dos indivíduos com severos distúrbios da comunicação expressiva e/ou distúrbios da compreensão. Comunicação Suplementar e Alternativa pode ser necessária para indivíduos que demonstrem prejuízos nos modos de comunicação gestual, oral e/ou escrita". (ASHA, 1991)
CSA significa qualquer meio de comunicação que suplemente ou substitua os meios usuais de fala ou escrita, onde eles estiverem comprometidos.
Comunicação Suplementar: Quando o indivíduo utiliza um outro meio de comunicação para complementar ou compensar deficiências que a fala apresenta, mas sem substituí-la totalmente.
Comunicação Alternativa: Quando o indivíduo utiliza outro meio para se comunicar ao invés da fala, devido à impossibilidade de articular ou produzir sons adequadamente.
OBJETIVO DA COMUNICAÇÃO SUPLEMENTAR E ALTERNATIVA
Tornar o indivíduo com distúrbios de comunicação o mais independente e competente possível em suas situações comunicativas, podendo assim ampliar suas oportunidades de interação com outras pessoas, na escola e na comunidade em geral.

BENEFICIADOS
Crianças e adultos com patologias que comprometem a aquisição e/ou desenvolvimento da linguagem, fala e escrita são os que mais podem se beneficiar da Comunicação Alternativa ou Suplementar, quer seja temporária ou permanentemente.
O sistema de comunicação utilizado precisa ser compreendido não só pelo usuário e profissionais, mas pelos pais e parceiros com quem ele se relaciona durante seu dia.
O estudo, desenvolvimento e aplicação dos vários aspectos que englobam esse trabalho vêm sendo realizados por profissionais das mais diversas áreas. A equipe multidisciplinar é indispensável para a avaliação e prosseguimento do mesmo. Fazem parte da equipe: fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, pedagogos, psicólogos e engenheiros de reabilitação.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Personagens



Os personagens das narrativas são seres fictícios que são responsáveis pelo bom desempenho do enredo;em outras palavras são responsáveis pelas ações. Por mais real que ele se mostre sempre é uma invenção, mesmo que revelem fatos de pessoas reais há sempre um pouco de fantasia. Eles pertencem a história e participam efetivamente do enredo, isto é, age ou fala.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Um exemplo de um enredo psicológico

Conto: Amor - Clarice Lispector

(...) Mas os ovos se haviam quebrado no embrulho de jornal. Gemas amarelas e viscosas pingavam entre os fios da rede {da sacola}. O cego interrompera e avançava as mãos inseguras, tentando inutilmente pegar o que acontecia. O embrulho dos ovos foi jogado fora da rede e, entre os sorrisos dos passageiros e o sinal do condutor, o bonde deu uma arrancada de partida.
Poucos instantes depois já não a olhavam mais. O bonde se sacudia nos trilhos e o cego mascando gomaficara atrás para sempre. mas o mal estava feito.
A rede de tricô era áspera entre os dedos, não íntima como quando a tricotara. A rede perdera o sentido e estar no bonde era um fio partido; não sabia o que fazer com as compras no colo. E como uma estranha música o mundo recomeçava ao redor. O mal estava feito. Porquê? Teria esquecido de que havia cegos? A piedade a sufocava, Ana respirava pesadamente. Mesmo as coisas que existiam antes do acontecimento estavam agora de sobreaviso, tinham um ar mais hostil,perecível...O mundo se tornara de novo um mal-estar. Vários anos ruíam, as gemas amarelas escorriam. (...)

(Lispector, Clarisse. Laços de Família, Rio de Janeiro, José Olympio,1978, pág.21)

Observação: neste enredo psicológico é mostrado que uma dona de casa entra no bonde com uma sacola de compras, vindo a observar um cego na calçada. Esta visão provoca nela uma série de emoções que compõem o corpo do texto. A narrativa,portanto, apresenta poucos fatos exteriores e está repleta de fatos psicológicos.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Considerações finais sobre o enredo


Para concluir falta-nos falar sobre a narrativa psicológica, na qual os fatos nem sempre são evidentes, porque não equivalem a ações concretas do personagem, mas a movimentos interiores; seriam fatos emocionais que comporiam o enredo psicológico. Tirando este aspecto, o enredo psicológico se estrutura como enredo de ação; isto equivale dizer que tem um conflito, apresenta partes, verossimilhança e, portanto, é passível de análise.